Obreiros do Caminho – uma história de Amor
Dona Nalva, casada com João Lino, mãe de três filhos, por volta do ano de 1973/1974 passava por problemas com seu marido, que estava doente, obsedado. Partindo em busca de ajuda bateu às portas de vários centros espiritualistas, tomando ciência da obra Kardequiana e de todo o amor envolvido. Conforme o preceito de que quando “não vamos pelo amor, o acicate da dor nos conduz”, Dona Nalva ao buscar os canais da cura para o esposo, deparou com o desabrochar da própria mediunidade. Consciente de suas faculdades, logo descobriu a melhor forma de controle mediúnico: - a disciplina e o serviço desinteressado ao próximo. As dificuldades se impunham mas a trabalhadora estava pronta. A obra prosseguiu à custa de noites insones ao pé da máquina de costura, de onde retirava as finanças necessárias para ajudar nas despesas da grande obra do bem.
Com a cura do marido, Dona Nalva começou com alguns amigos em sua própria casa, na Rua U-14 - Vila Alvorada, os primeiros cultos em um barracão. No dia 31 de março de 1975, o grupo a seguir redigiu a primeira ata, criando assim um registro histórico da criação do atual Núcleo de Irradiação Espírita Obreiros do Caminho: - Dona Nalva, seu filho Clemente Pereira Maciel, o esposo João Lino e os seguintes amigos: - Sr. Pedro Temponi, o casal Olívio e Lázara Barbosa e o Sr. Olímpio, como muita simplicidade e amor, tal qual os fiéis seguidores do cristianismo nascente na Casa do Caminho. Amparados pela mediunidade redentora e pelo mentor João Fidélis, houve um crescimento do grupo de tal forma que o barracão já não comportava o número de frequentadores, surgindo a necessidade de um local mais espaçoso. As reuniões passaram a acontecer na sala da residência da Dona Nalva, ali permanecendo por cerca de 3 anos. Neste local, além da mensagem espírita levada a todos, ocorreram trabalhos de cura, sempre amparados por Jesus e pela espiritualidade maior.
Por volta do final de 1978, apareceu um novo irmão, o Sr. Moacir, dirigente de outro grupo, que detinha há 10 anos uma área no Jardim Ana Lúcia, área cedida pela prefeitura de Goiânia com a finalidade de se construir e colocar em funcionamento um sanatório dentro de um prazo previsto para que se construísse algo no local, senão a referida área retornaria ao patrimônio municipal. Neste sentido houve uma tentativa em unir esforços para a construção inicial. Infelizmente as pessoas envolvidas se dispersaram, ficando praticamente o grupo ligado ao Obreiros do Caminho responsáveis por tudo. Dona Nalva tomou a frente do projeto, apoiada pelos novos obreiros que se uniram ao grupo anterior, Sra. Adeir, Dona Maria José e o Sr. Derson. Com o grupo unido e muito esforço no trabalho, inclusive aos domingos, pela batuta da Dona Nalva, o salão principal foi construído, permanecendo até o presente como palco das reuniões públicas neste abençoado Centro Espírita.
Com a construção do salão, veio a seguir a construção da creche em convênio com a Prefeitura, começando com 60 crianças. Daí veio mais uma grande característica dos Obreiros do Caminho, a aptidão para o ensino, a educação. A estrutura não era ideal, mas a vontade de ajudar era maior. Soma-se nessa história novos e dedicados personagens, Dona Maria Delfino e Dona Maria dos Anjos.
Em parceria com a “Xerox do Brasil”, foi erguida uma construção sólida destinada ao grupo de costuras, que até o presente continua desempenhando uma nobre e meritória tarefa, a equipe do enxoval obreiras voluntárias da costura que se reúnem semanalmente para a confecção de kit´s enxovais destinados às mães de baixa renda. Outros grupos de voluntárias surgiram como expansão dos trabalhos, as obreiras do bordado e do artesanato, a equipe batizada como o fuxico do bem, grupos dinâmicos que realizam anualmente (maio e dezembro) a exposição e venda dos seus produtos nas tradicionais feiras conhecidas também como bazar das mães e bazar de natal, cuja renda impulsiona os trabalhos destes grupos, colaborando ainda com a manutenção do Núcleo de Irradiação Espírita Obreiros do caminho.
Em 1986, o Centro Espírita Obreiros do Caminho passava por problemas e para solucionar, amenizar e conciliar, foi escolhido diretor da casa o Sr. Derson Ferreira em eleição de consenso da nova diretoria. Novos projetos foram colocados de forma simples. Além da creche, também incluía uma escola para crianças, revelando mais uma vez a vocação do Obreiros para o estudo.
O senhor Derson em conjunto com o coordenador doutrinário Clemente Maciel, pediu para que os médiuns estudassem as obras básicas da Doutrina Espírita, conforme consta dos registros nas atas das reuniões. Diante disso, com o somatório do Senhor Pedro Junqueira ao Núcleo Obreiros, percebendo o senhor Pedro Junqueira que o grupo apresentava vocação para estudos, iniciou vários cursos com os trabalhadores da casa.
Fato marcante que merece destaque: - havia entre os obreiros várias equipes de trabalhos mediúnicos, uns infelizmente muito mais preocupados com os fenômenos do que com os estudos e com a boa utilização da mediunidade. Sendo o Sr. Pedro Junqueira, então diretor da casa na década de 90, suspendeu as atividades mediúnicas e convidou todos os participantes ao estudo. Só depois dos estudos é que a casa começou novamente com as atividades mediúnicos.
Na gestão do Sr. Alziro Zarur começou a assistência social aos sábados, iniciando com o auxílio de trabalhadores voluntários do Centro Espírita, a montagem e distribuição de cestas de legumes provenientes do CEASA, prestando assistência aos moradores de rua, entre outros. Surgiu também e permanece atualmente no Núcleo Obreiros do Caminho, um grupo de trabalhadores voltados para as famílias, inclusive com visitas aos lares e com a implantação do culto no lares.
Por volta do ano de 2006, iniciou-se mais uma frente de trabalho voltada para assistência aos irmãos necessitados, permanecendo de 2 e meio a 3 anos em atividade na Colônia de hansenianos Santa Marta e Vila São João. Cessando as atividades na Colônia Santa Marta o grupo de obreiros deslocou-se para o posto de assistência fraterna iniciado no setor Madre Germana I em Aparecida de Goiânia-GO., cuja equipe continua em atividade até o presente. Nos dias de sábado na parte da manhã acontece no Núcleo de Irradiação Espírita Obreiros do Caminho as reuniões para acolhimento das famílias necessitadas. Cerca de 30 cestas de alimentos são distribuídas para as famílias que participam das atividades programadas. Aos sábados na parte da tarde, voluntários da casa se desdobram e ajudam na preparação de cerca de 100 cestas de alimentos para as famílias que participam das atividades no posto de assistência fraterna do setor Madre Germana I em Aparecida de Goiânia, trabalhando em conjunto com equipes de mais duas casas espíritas.
Uma atividade abraçada pelo Núcleo de Irradiação Obreiros do Caminho de suma importância foi a criação do bazar onde roupas, calçados e utilidades recolhidas através de doações. Estes materiais são reciclados e transformados em produtos comercializáveis a preço simbólico. Surgiu mais uma fonte de recursos para ajudar na manutenção da casa, contribuindo ainda para manter o Centro Espírita aberto ao público diariamente.
Prosseguem os Obreiros do Caminho no bem, amparados pelo amor, pela caridade e o respeito a todos, com um trabalho lindo e expressivo, cativando a todos com amor e carinho. Funciona todos os dias, oferecendo amparo e orientações a todos. Sua mocidade atuante tem força e grande papel no movimento espírita, ficando responsável pela realização do 8º Comcentro (junto com a MEPA), o encontro IATE; os médiuns da casa são esforçados em seus estudos, no melhoramento de sua conduta e amparo aos nossos irmãos encarnados e desencarnados. Como suporte de tudo continuam os trabalhos mediúnicos da desobssessão. Mais recentemente o grupo de psicografia (iniciado em 04/2008). As palestras públicas com expositores de temas evangélicos, os estudos doutrinários, os estudos bíblicos a luz da doutrina espírita e o ESDE, começando pela infância, juventude, e chegando a todos. Infelizmente não foi possível continuar com a creche, que por conta de toda a burocracia que a Prefeitura exigia teve que ser fechada.
Trabalho é o que não falta na seara do bem. A seara Obreiros do Caminho não para, o trabalho prossegue, sempre amparado por essa doutrina magnânima, pelos ensinamentos do nosso Mestre Jesus, pelo incomparável Amor do Pai Celestial, pela espiritualidade maior em nos ajudar e intuir na busca de melhoras em todos os setores.
Novos trabalhos e atividades surgem, mas sempre com o respeito a Doutrina dos Espíritos, e contando com o amparo de Deus e Jesus. Trabalhamos o amor, a caridade e o amparo a todos. Procuramos seguir o lema da fundadora D. Nalva: - Trabalho em sua essência, o bem em toda sua abrangência. Dedicada obreira do bem, como costureira chegava a virar a noite, exemplo de compromisso e fidelidade, além de tudo que fez pelo Obreiros, continuou a se aprimorar, e formou-se como Assistente social aos 58 anos. Trabalhou também como professora.
Áthila Carrijo – Presidente do Núcleo de Irradiação Espírita Obreiros do Caminho (responsável pela coleta das informações e texto original)
Francisco de Assis Alencar – (responsável pela adaptação, finalização e publicação do texto nas redes sociais)
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